quarta-feira, 4 de junho de 2014

“Recebi três sondagens de emissoras”, diz Leão Lobo sobre futuro profissional

Leão Lobo fala sobre a saída da CNTSinceridade é a marca registrada de Leão Lobo. O jornalista e apresentador não tem medo de dizer o que pensa, inclusive de pessoas famosas. Em entrevista ao RD1, o ex-contratado da CNT comenta sobre o arrendamento da emissora pela Igreja Universal, de Edir Macedo e fez um balanço da carreira. “Eu fui do inferno ao céu na Band”, conta ele.

Apesar de ter muitos amigos no meio artístico, Leão também possui algumas inimizades, por exemplo, com Gilberto Barros, que já o criticou na época em que eram colegas no canal da família Saad. “Suspenderam o meu salário. Não avisaram que era um castigo”, relembra o jornalista.

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O apresentador também fala sobre a relação com Márcia Goldschmidt e do período em que trabalhou com a artista no “Mulheres”. “Eu queria sair da TV Gazeta para me livrar dela. Ela não falava comigo. Eu não entendia.”

Confira a entrevista completa com Leão Lobo:

Saída da CNT e as igrejas na TV

O contrato ia até o ano que vem, mas com essa mudança, ele foi encerrado agora. Toda hora vinha um boato sobre o assunto, mas os donos desmentiam a informação. A saída da emissora me tira da zona de conforto. O emprego era confortável. O grande problema é a lei e os sindicatos. Eu não me sinto representado. A lei diz que pode vender 25% da programação. Agora, inventaram que precisa ter pelo menos duas horas de programação própria.

Eu quero ir junto com os meus colegas para Brasília e conversar com a presidente. Os jornalistas estão muito passivos. A gente precisa mudar essa lei, que é contra a gente. A emissora tem o direito de vender e a igreja tem o direito de comprar. É uma bobagem ficarmos discutindo isso. Eu nem quero falar muito sobre igreja. Eles são comerciantes.

Tiveram essas manifestações e por que não brigaram pela reforma política quando ela foi proposta? Hoje, ninguém reclama. Eu não sou contra as manifestações, mas aquelas que não terminam em violência. As pessoas podem se manifestar. A Copa é só uma desculpa. O Brasil queria tanto ser sorteado [para receber o Mundial].

Uma jornalista, a Patrícia Kogut, escreveu em uma notícia o título “Fim de Festa”, algo assim, sobre o arrendamento da CNT. Que festa? Era o nosso trabalho. Eu não sou casado com diretor da Globo. Ela gosta de dar nota zero e dez para as pessoas. Pois eu dou nota zero para ela.

Altos e baixos na Band

Eu fui do inferno ao céu na Band. Eu fiquei sabendo que o Marcelo Meira [vice-presidente da emissora] teria pedido a minha demissão. Não sei se é verdade. Eu tinha muitas diferenças com a Elizabetta Zenatti [diretora artística na época]. Foi ela quem passou isso para mim. E eu tinha uma audiência maravilhosa. Eu adorava o programa ["De Olho nas Estrelas"].

A Marlene Mattos dá um banho quando o assunto é TV. Ela dizia um apresentador não pode estar mal. Ela se preocupava com os artistas. De vez em quando, ia supervisionar o programa. Eu ficava encantado. Eu não a conhecia antes na época da Xuxa.

Gilberto Barros e o afastamento da Band

Ele falou mal de mim para a direção da Band por causa de uma notícia. Suspenderam o meu salário, mas não me falaram o porquê. Disseram para eu ficar em casa por um mês. Não avisaram que era um castigo. A audiência despencou. Eles me chamaram dez dias antes para voltar por causa da audiência. Quando eu retornei, a audiência foi a oito pontos todo dia. Os clientes queriam a minha volta. Eu demorei um ano para recuperar o meu salário.

Trabalho com Márcia Goldschmidt

Eu que levei a Márcia para o “Mulheres”. A emissora pediu que eu chamasse alguém para o lugar da Claudete Troiano, que tinha ido para a Record. Chamei a Astrid [Fontenelle] primeiro. Ela deu uma esnobada. Ia comandar um programa chique na Band. Não queria fazer programa para pobre. Aí, no “Teleton”, eu chamei a Márcia Goldschmidt. Ela aceitou na hora. Beijou a minha mão. Quando começou, ela não falava mais comigo. A direção [da Gazeta] falava com ela, que dizia que não queria dividir o programa. Eu não entendi.

Macumba no estúdio

Eu cheguei no estúdio e vi algumas pedrinhas. Eu até comentei: “esqueceram de limpar aqui, pessoal”. Aí, começaram a pedir para eu não sentar na minha mesa, mas eu não entendi. Quando sentei, um câmera veio falar comigo e disse: “Ela [Márcia Goldschmidt] fez macumba para você. A gente viu.” Depois, na abertura do programa, ela falou que tinham feito macumba para mim. Então, eu entendi tudo. Fizemos o programa e, no dia seguinte, eu estava penteando o cabelo, senti uma pontada na cabeça e desmaiei. Acordei no hospital. Fiquei 15 dias internado. Na volta, eu recebi um convite da Band.

Quando fui conversar com o Rogério Gallo, que era diretor na época, ele queria que eu fizesse um programa com a Márcia. E eu disse que só aceitei conversar com ele, porque eu queria sair [da Gazeta] por causa dela. Eu falei que ela não iria querer fazer. Eu queria me livrar dela. Eu ia ganhar mais, mas não era pelo dinheiro.

Depois, resolveram procurar outra apresentadora e sugeriram a Astrid. O programa dela tinha dançado. O diretor foi demitido.

Relação com Astrid Fontenelle

A Astrid me ligou e até chorou. “Me ensina a ser popular. Eu não sei fazer popular. Eu vim da MTV.” E eu a ajudei. Depois, veio a Aparecida Liberato. O “Melhor da Tarde” vendia demais. Deu certo em vários sentidos.

Não somos amigos como antes. Ficou esquisito. A situação nos afastou. Eu tinha um quadro e depois eu voltei a fazer o programa inteiro. O programa já era dela. Eu gosto dela como apresentadora e admiro como pessoa. Em uma entrevista, ela falou mal de mim, mas disse que o repórter mudou tudo. Somos colegas.

Programa do Ratinho

A gente se diverte. O astral dele é tão bom. A gente esquece dos problemas. Ele é um querido. É a terceira ou quarta vez que a gente trabalha junto. Uma vez, o Ratinho me viu no corredor e disse que eu estava com o olhar triste. Me chamou no camarim e eu contei sobre a CNT.

E nós temos muita química, com todos os jurados. A Nadja Haddad é o meu xodó. Eu conhecia menos o Pedro Manso e o Arnaldo Saccomani. Já o Décio Piccinini, eu conheço há mais de 30 anos. O bastidor é muito gostoso. O SBT tem uma linguagem popular, que é a minha cara. O SBT é a minha cara.

Eu, por exemplo, nunca pensei em ir para a Globo. Não combina comigo. Eu já trabalhei na Rádio Globo e foi maravilhoso. Eu também sempre me dei muito bem na Gazeta. Amei trabalhar lá.

Retorno à TV

Recebi três sondagens de emissoras. Só uma apresentou uma proposta mais concreta.

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